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Poema José - Carlos Drummond de Andrade


Olá, pessoal! Hoje venho com uma super novidade me chamo Filipe Lessa e sou colaborador desse blog. Estarei sempre trazendo assuntos variados repleto de dicas ótimas.


No post de hoje eu irei relatar um poema em que mim chamou a atenção na aula de literatura. É o poema José de Carlos Drummond de Andrade. O poema é um clássico poético escrito no modernismo brasileiro, escrito no período de perturbação universal onde a humanidade entrava em decadência.


José - Carlos Drummond de Andrade

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, josé?
e agora, você?
Você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

Está sem mulher, 
está sem discurso, 
está sem carinho, 
já não pode beber, 
já não pode fumar, 
cuspir já não pode, 
a noite esfriou, 
o dia não veio, 
o bonde não veio, 
o riso não veio, 
não veio a utopia 
e tudo acabou 
e tudo fugiu 
e tudo mofou, 
e agora, José?


E agora, José? 
sua doce palavra, 

seu instante de febre, 
sua gula e jejum, 
sua biblioteca, 
sua lavra de ouro, 
seu terno de vidro, 
sua incoerência, 
seu ódio, - e agora?
Com a chave na mão 
quer abrir a porta, 
não existe porta; 
quer morrer no mar, 
mas o mar secou; 
quer ir para Minas, 
Minas não há mais. 
José, e agora?
 Se você gritasse, 
se você gemesse, 
se você tocasse, 
a valsa vienense, 
se você dormisse, 
se você consasse, 
se você morresse.... 
Mas você não morre, 
você é duro, José!


Sozinho no escuro 
qual bicho-do-mato, 
sem teogonia, 
sem parede nua 
para se encostar, 
sem cavalo preto 
que fuja do galope, 
você marcha, José! 
José, para onde?


 Esse foi o meu post do dia, um post para a reflexão espero que gostem e até o próximo post.

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